ONDE ESTÁ A NOSSA LIBERDADE?
Quatro fatores que determinam nossas escolhas


Nós passamos a vida acreditando que as escolhas que fazemos são nossas. Celebramos nossa liberdade com a mais alta estima. Mas deveríamos? Somos realmente livres para fazer tudo aquilo que escolhemos?

Definição de “Liberdade”

O dicionário define “liberdade” como:

Nós certamente temos situações que são consideradas necessidades, onde não temos nenhuma liberdade. Mas, que tal a coerção ou restrição na escolha da ação? O propósito deste artigo é examinar onde realmente temos alguma liberdade, ou se tal coisa, na verdade, não existe.

Não tire minha liberdade!

Vamos dar uma olhada numa determinada situação, onde temos certeza que temos liberdade, como escolher a cor de uma camisa. Nós escolhemos vermelho ou verde? Superficialmente, pode parecer que esta é certamente uma livre escolha. Mas, na realidade, a escolha reside apenas na prioridade.

Será que eu escolho baseado na minha cor preferida? Talvez a cor que eu goste mais tenha mudado. Além disso, também tem a opinião do meu amigo, que está muito feliz em me presentear com aquilo que ele acha que "fica" melhor em mim. Mas, às vezes, a opinião de meu amigo também muda...

Se a pessoa se empenhar mais nestas quatro situações separadas, descobrirá os quatro elementos básicos que determinam nossas escolhas.

1º Elemento: “Será que a escolha reside apenas em que cor eu prefiro?”.

Nós nascemos com preferências predefinidas. A pessoa não tem nenhuma idéia do que determina as escolhas, como não gostar de um certo tipo de comida, ou a cor preferida sobre todas as outras cores. Nós dizemos: "Isso é simplesmente o meu jeito de ser. É com isso que eu nasci". E isso está precisamente correto.

Cada um de nós nasce com uma certa preferência para cada um de nossos sentidos: visão, olfato, paladar, audição e tato. Mas estes primeiros fatores determinantes vão muito além disso. Nós também definimos coisas emocionais que gostamos ou odiamos com naturalidade.

Todas estas preferências estão em nós desde o princípio, logo ao nascer. Nós praticamente não temos nenhuma liberdade de escolha na determinação delas e, sem a influência externa, elas serão seguidas a todo o momento. Em outras palavras, com relação aquilo que nascemos, não há qualquer liberdade.

2º Elemento: “Talvez a cor que eu goste mais tenha mudado”.

Como foi dito acima, se não tivermos nenhuma influência de fora, tais como uma necessidade ou outra opinião, as nossas decisões serão baseadas somente em nossa preferência pessoal, onde nada podemos fazer, porque nascemos com elas. Mas todo mundo já experimentou alguma vez uma mudança nessas preferências, tais como: "antes eu odiava o gosto de tomates, mas agora eu adoro”. O que está acontecendo?

O fato é que estas preferências iniciais mudam, evoluem com o passar do tempo. E quando elas mudarem, nossas escolhas mudarão com elas. Isso significa que fizemos uma escolha independente? Sem dúvida que não. Significa que este mecanismo de controle interno, que determina o que escolhemos se não houve nenhuma influência externa para neutralizá-lo, reorganizou assim o que preferimos. Desculpa, também não há nenhuma liberdade aqui.

3º Elemento: “E tem ainda a opinião do meu amigo, que fica mais feliz em me presentear com aquilo que ele acha que “ficará” melhor em mim”.

Estas são as influências externas, o nosso ambiente. Logicamente, elas nos influenciam bastante. Elas são tão poderosas, que podem anular nossas preferências internas num instante. Por exemplo, eu posso adorar a cor verde, mas a minha nova namorada ficou simplesmente louca em me ver com uma camisa preta. Se tivermos um encontro hoje à noite, você pode imaginar que cor eu usarei?

Mas essa influência não se limita aos amigos e à família. Somos constantemente bombardeados pelos anúncios da televisão e do rádio, que sempre nos dizem o que precisamos ter e porque. Quantas vezes você viu algo que simplesmente foi obrigado a ter, e uma semana depois de ter saído para comprá-lo, queria saber porque fizera isso? Você foi simplesmente pego pela propaganda da sociedade. Esta influência se estende por todos os aspectos de nossas vidas.

O ambiente à minha volta me diz exatamente o que é importante na minha vida. Ele determina que quantia de dinheiro eu deveria ganhar, e como eu deveria ganhá-lo, que nível de educação eu deveria ter, e até mesmo o que eu deveria ter hoje à noite para o jantar. "Ah!" você diz, "aqui há alguma liberdade, porque eu poderia escolher entre duas refeições diferentes para o jantar depois de ver ambas na televisão". Novo desapontamento, porque essa escolha foi feita com um cálculo simples de qual refeição lhe trará o maior prazer. Não há nenhuma liberdade aqui.

4º Elemento: “Mas às vezes a opinião do meu amigo também muda”.

Sim, a opinião de um amigo também muda. Assim como a opinião da nossa sociedade. E esse é o fator final na tomada das nossas decisões. A pessoa só precisa olhar como os estilos mudam todos os anos para ver este fator em toda a sua plenitude. Os vestidos eram curtos no ano passado e a minha filha precisou de seis novos. Este ano eles são um pouco mais longos. Oh!, ela precisa de vários outros.

O que está acontecendo aqui? Bem, a influência da sociedade também evolui. Nós realmente podemos ver isso na educação. Há trinta anos atrás, um diploma da faculdade era uma vantagem. Atualmente, ele é uma necessidade absoluta, e um diploma de pós-graduação é considerado um bom começo. Mais uma vez, não encontramos nenhuma liberdade.

Portanto, se aquilo com o que nascemos, suas transformações, bem como nosso ambiente externo e suas transformações, nos controla e determina tudo aquilo que fazemos, então onde está a liberdade em nossas vidas?

É verdade que estes quatro fatores controlam tudo que fazemos. Mas há um momento de liberdade. Nós não podemos mudar as coisas inatas, mas podemos determinar o ambiente em que escolhemos viver. Essa escolha é o único ponto de liberdade em toda a nossa vida.

Quando a pessoa descobre a finalidade pela qual está no planeta, em outras palavras, a razão da sua vida, tudo que ela precisa fazer é escolher um ambiente que apoie essa razão mais do que qualquer outra coisa. Tal escolha praticamente garantirá que ela alcance a meta da sua vida.