PREFÁCIO Á SABEDORIA DA CABALA

Baal HaSulam


Prefácio à Sabedoria da Cabalá

15) Deste modo, novos Kelim (Vasos) foram feitos nos Partzufim de Kedusha, em vez de Behina Dalet, após o Tzimtzum Aleph (Primeira Restrição). Eles foram feitos da Ohr Hozer do Zivug de Hakaa na Massach.

Na verdade, nós devemos compreender esta Ohr Hozer, e como ela se tornou um vaso de recepção, já que, inicialmente, ela não era senão uma Luz rejeitada (refletida). Portanto, agora ela está exercendo uma função oposta à sua própria essência.

Eu explicarei isso com uma alegoria da vida. A natureza do homem é de valorizar e favorecer a qualidade de doação, e de desprezar e detestar a recepção de um amigo. Assim, quando a pessoa se dirige a um amigo, e ele (o anfitrião) a convida para uma refeição, ela (o convidado) recusará, mesmo que ela esteja com muita fome, já que em seus olhos é humilhante receber um presente do seu amigo.

No entanto, quando seu amigo lhe implora o suficiente, até que fique claro que ao comer ela faz um grande favor ao seu amigo, ela consente em comer, como se ela já não sentisse que está recebendo um presente e que seu amigo é o doador. Pelo contrário, ela (convidado) é o doador, aquele que está fazendo um favor ao seu amigo ao receber esse bem dele.

Assim, você descobre que, embora a fome e o apetite sejam vasos de recepção designados a comer, e que essa pessoa tinha fome e apetite suficientes para receber a refeição do seu amigo, ela ainda não podia provar nada, devido à vergonha. No entanto, como o seu amigo lhe implorou e ela o rejeitou, novos vasos para comida começaram a se formar dentro dela, uma vez que o poder da súplica do seu amigo e o poder de sua própria rejeição se somaram; e, finalmente, eles se somaram numa quantidade suficiente que transformou a recepção numa doação.

No final, ela podia perceber que, ao comer, estaria fazendo um grande favor e trazendo grande satisfação ao seu amigo. Nesse estado, foram criados novos vasos de recepção dentro dela, para receber a refeição do seu amigo. Agora, considera-se que o poder de sua rejeição tornou-se o vaso essencial para receber a refeição, e não a fome e o apetite, embora eles sejam realmente os vasos habituais de recepção.