Nós, seres humanos, sempre perseguimos o prazer e fugimos da dor. E quanto menor for o esforço para se obter o prazer, melhor.
O princípio do prazer e da dor é ditado pelo desejo de receber, e este controla tudo o que fazemos, porque essa é a nossa essência. Assim, embora pensemos que somos seres livres, na verdade, estamos ligados a duas rédeas da vida, o prazer e a dor, regidas pelas mãos do nosso egoísmo.
Nós só podemos influenciar o último fator, mas ele influencia todos os outros fatores.
Portanto, a única possibilidade de escolhermos quem seremos é escolhendo o último fator, ou seja, monitorando e modificando nosso ambiente social externo. Porque as mudanças no último fator afetam os outros fatores; mudando isso, nos transformaremos. Se quisermos nos libertar do egoísmo, precisamos mudar o ambiente externo, para um ambiente que apóie o altruísmo, e não o egoísmo.
Quando estivermos livres do desejo de receber, das correntes de egoísmo, poderemos avançar na espiritualidade. Para isso, devemos seguir o princípio da "fé acima da razão".
Na Cabala, a palavra "Fé" se refere à percepção completa do Criador. Nós podemos adquirir fé nos tornando igual a Ele em nossos atributos, em nossos desejos, intenções e pensamentos. O termo "razão" se refere à nossa mente, o "capataz" do nosso egoísmo. Para nos elevarmos acima dela, devemos fazer com que a equivalência com o Criador seja mais importante, mais preciosa para nós do que qualquer prazer egoísta que possamos imaginar.
No nível pessoal, nós aumentamos a importância do Criador (altruísmo) usando livros (ou outras formas de mídia), amigos e um professor, que nos mostram como é importante ser altruísta. No nível social, tentamos adotar valores mais altruístas na sociedade.
Porém, e isto é fundamental para o sucesso da transformação, adotar valores altruísticos não deveria ser feito só para tornar nossas vidas mais agradáveis neste mundo. Deveria ser feito para nos igualarmos, e nossas sociedades, com a Natureza, ou seja, com a única lei da realidade – a lei do altruísmo -, o Criador.
Quando nos aproximarmos desses ambientes, como indivíduos e como sociedade, nossos valores se transformarão gradualmente nos valores de nosso ambiente, transformando naturalmente nosso egoísmo em altruísmo, de forma fácil e prazerosa.